terça-feira, 22 de março de 2011
Colaboradora do WikiLeaks anuncia agência de jornalismo investigativo, pioneira no Brasil
Durante a cerimônia de entrega do Troféu Mulher Imprensa, a
jornalista Natalia Viana, uma das vencedoras do prêmio, anunciou
oficialmente a criação de uma agência de jornalismo investigativo no
Brasil. Em parceria com as jornalistas Marina Amaral e Tatiana Merlino, a
Pública se prepara para iniciar as atividades em abril.
A
agência é inspirada em centros independentes de jornalismo
investigativo existentes no exterior e seu objetivo é realizar
reportagens de fôlego em parceria com veículos e jornalistas do mundo
todo. O grupo pretende dar espaço para matérias aprofundadas e projetos
investigativos longos.
As três unem sua
experiência em reportagem para colocar em prática a iniciativa, ainda
nova, no país. Natalia iniciou a carreira na revista Caros Amigos e colaborou com veículos nacionais e internacionais como a BBC, Guardian, Sunday Times, Folha de S.Paulo, O Globo, Carta Capital e Opera Mundi, além de ser colaboradora do WikiLeaks. Marina iniciou no jornalismo como copydesk de política na Folha de S.Paulo e participou da fundação da revista Caros Amigos, que tem hoje Tatiana Merlino como editora-adjunta.
Tatiana
conversou com IMPRENSA sobre a agência e explica melhor como surgiu a
ideia, quais são os principais desafios e a importância do projeto para o
jornalismo no Brasil. Veja a seguir:
IMPRENSA - Como surgiu a ideia e qual o principal objetivo do projeto?
Tatiana Merlino -
A ideia surgiu há muitos anos, quando a Natalia Viana e a Marina Amaral
conheceram mais de perto os centro de jornalismo investigativo
existentes na Europa e Estados Unidos. Recentemente, surgiram centros na
América Latina, mais parecidos com a realidade brasileira. Quando a
Natalia começou a trabalhar com o WikiLeaks, que trouxe de volta essa
discussão sobre novas formas de jornalismo, ambas voltaram a discutir a
proposta, e foi quando me juntei a elas para pensar uma agência de
jornalismo investigativo. Nossa proposta é escolher grandes temas a
serem investigados em longos períodos, em parceria com veículos,
instituições e jornalistas independentes do Brasil e de todo o mundo.
Entre nossos parceiros de conteúdo, já temos o WikiLeaks, o jornalista
britânico Andrew Jennings e centros de investigação como o Center for
Public Integrity Bureau of Investigative Journalism, entre outros. Nossa
missão é fazer jornalismo de interesse público com o máximo de
independência, seriedade e profundidade possível, porém, sem deixar de
lado a sedução da boa reportagem.
IMPRENSA - Quais os maiores desafios que acreditam que vão encontrar com a iniciativa, ainda pouco difundida no Brasil?
Tatiana -
Como este modelo de jornalismo ainda é pouco conhecido no Brasil, é
possível que haja alguma resistência por parte dos veículos nacionais,
que não estão acostumados a trabalhar em parceria com agências como a
nossa. Porém, até o momento a proposta tem tido muita receptividade por
parte de jornalistas e já estamos preparando projetos para serem feitos
em parceria com veículos grandes e pequenos.
IMPRENSA - Qual a importância da prática de um modelo diferente de jornalismo no país?
Tatiana -
Por um lado, nossos veículos da imprensa alternativa têm poucos
recursos para investir em reportagens de longo prazo; por outro a
grande mídia vem enxugando as equipes, que não tem tempo para se
dedicar a pautas de fôlego. Assim, acho que esse modelo pode ajudar a
fortalecer a grande reportagem investigativa no Brasil, que, em
decorrência da crise do jornalismo mundial tem aparecido pouco nas
páginas dos jornais e revistas da imprensa nacional. Por isso, vamos
trabalhar com veículos grandes e pequenos, em nome da nossa paixão: a
reportagem.
Fonte: Ana Ignacio/Da Redação, http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2011/03/18/imprensa41132.shtml
Temos como
intuito postar notícias relevantes que foram divulgadas pela mídia e são de
interesse do curso abordado neste blog. E por isso esta matéria foi retirada na
íntegra da fonte acima citada, portanto, pertencem a ela todos os créditos
autorais.
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