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segunda-feira, 21 de março de 2011

Entrevista com editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil


A versão brasileira do jornal francês Le Monde Diplomatique nasceu em 2007. Em três anos, o jornal ganhou forte inserção no meio acadêmico, principalmente nos cursos de relações internacionais e ciências sociais. Além disso, a imagem de "jornal alternativo", característica que o Le Monde francês possui, se manteve no Brasil. 
Apesar desse reconhecimento, o editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil , Silvio Caccia Bava, garante que não tem o objetivo de ficar restrito a uma pecha de alternativo. Em entrevista ao Portal IMPRENSA, Bava fala sobre o atual desafio de tornar o jornal menos denso, o objetivo de cativar uma nova geração de leitores e sobre posicionamento político. O editor se prepara para receber em junho, na sede do jornal em São Paulo, os representantes da publicação ao redor do mundo, presente hoje em 41 países.

A ideia de trazer a publicação para o Brasil surgiu de um grupo de jornalistas que traduzia os artigos e reportagens da versão francesa. O projeto foi acolhido pelo Instituto Pólis, que desde então edita e publica o jornal homônimo.  

IMPRENSA - Qual o principal alinhamento editorial do jornal?
Silvio Caccia Bava -
Nosso mote é levar para a opinião publica brasileira uma análise competente do cenário internacional e da inclusão do país neste contexto: Novos paradigmas, limites de desenvolvimento e políticas públicas. Mais da metade de nosso conteúdo é de analise internacional, o restante está relacionado a temas pertinentes à realidade brasileira. 

IMPRENSA - Para qual público o Le Monde é direcionado?
Bava -
Nosso diálogo está direcionado para dois perfis. O de formadores de opinião - gestores públicos, professores universitários e pesquisadores. E, mais recentemente, estamos com presença também no meio diplomático. Outro público crescente é o dos jovens leitores, em função do aumento da presença do jornal nas universidades. 

IMPRENSA - A versão brasileira possui posicionamento político declarado?
Silvio Caccia Bava -
Não temos um alinhamento político, mas sim uma postura de se identificar com o campo político democrático popular, com foco em questões sociais, equidade e justiça social. 

IMPRENSA - Pode-se qualificá-lo como um veículo alternativo?
Bava -
Apesar de muitos acharem isso, nós não queremos ficar no gueto dos alternativos. Até porque temos uma tiragem de 40 mil exemplares mensais e particularmente eu não vejo nenhum outro veículo como concorrente. Nosso formato é único. Temos cerca de 60 mil leitores, muito mais do que todos os outros alternativos. 

IMPRENSA - Considerando o aumento da audiência jovem, não existe uma preocupação em produzir um jornal mais leve?
Bava -
Admitimos que o Diplô ainda é um jornal pesado, mas nosso diferencial é que não tratamos o factual. Nossos artigos podem ser consultados após muitos anos. Isso eu considero importante, a profundidade é levada a sério. Claro que a questão é dar equilíbrio. Outra coisa é a ilustração, zelamos por essa parte do jornal, ela é muito importante. Além disso, com diversas frentes em novas tecnologias, estamos também em meios e formatos digitais variados. Hoje nosso conteúdo está aberto e disponível no site. 

IMPRENSA - Como é a questão de anúncios?Bava - Relativa. Podemos tanto trabalhar com um projeto em formato de informe publicitário, como formatos de conteúdo, como já fizemos com o governo do Acre. Temos também um vínculo importante junto ao Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (Clacso), que conta com o apoio do BNDES, e publicamos matérias em parceria quase todos os meses.

IMPRENSA - Vocês possuem um conselho com diversos profissionais, acadêmicos e inclusive jornalistas. Qual a relação deles com o editorial?
Bava -
Sim. Temos jornalistas como o Heródoto Barbeiro e o Juca Kfouri, além de muitos outros profissionais. Na verdade não é um conselho com base em funções, mas sim em temáticas. Ele se reúne e tem muita presença nos temas do jornal. Apesar de os encontros não serem frequentes.  

IMPRENSA - Quais os planos de vocês para o futuro?
Bava -
Nossa ideia é se estabelecer e equilibrar nosso DNA: análise com leveza e linguagem mais acessível. Além disso, temos uma relação muito boa com os outros "Diplôs"
pelo mundo. Inclusive, nos preparamos para receber em junho, virão ao Brasil vários representantes das edições internacionais. Atualmente são publicações em 41 países, somando cerca de um milhão e meio de exemplares. 



Fonte: Portal Imprensa,  http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2011/03/11/imprensa41061.shtml
Temos como intuito postar notícias relevantes que foram divulgadas pela mídia e são de interesse do curso abordado neste blog. E por isso esta matéria foi retirada na íntegra da fonte acima citada, portanto, pertencem a ela todos os créditos autorais.

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